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  • Foto do escritorMatheus Dantas

O QUE APRENDER COM O DILEMA DAS REDES

Atualizado: 12 de jan. de 2021

Há algumas semanas o documentário Dilema das Redes, na Netflix, ironicamente repercutiu e causou várias discussões na internet. Especialistas e profissionais de empresas como Google, Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest, entre outros, foram convidados para falar sobre o impacto das mídias sociais na sociedade.

Dilema das Redes Documentário Netflix
O que aprendemos e porque o documentário impacta tanto

Esse post tem caráter opinativo para ajudar na formação de tuas próprias ideias e opiniões sobre os assuntos que o documentário traz. Todas as informações contidas nesse post foram abordados ao longo do Dilema das Redes.


A história encenada


A estrutura do documentário se baseia nos depoimentos desses profissionais e uma história paralela encenada por atores que mostram "na prática" o que está sendo relatado. Acredito que essa segunda parte foi a que mais contribuiu para o impacto em todas as pessoas que assistiram, ao gerar uma identificação e fazê-las se enxergarem naquelas situações.


Tempo e atenção


São essas duas palavras que norteiam todo o pensamento e todas as "verdades" trazidas ali. Embora a forma como isso acontece nas mídias sociais seja mais intensos, essa "briga" por atenção já estava presente desde os veículos de comunicação, como rádio e TV, afinal, os programas criaram mecanismos próprios para fazer as pessoas não trocarem de canal, ou seja, captar nossa atenção e passar mais tempo assistindo.


A grande questão é que, nas redes sociais, tudo isso é coletado em forma de dados, através de uma inteligência artificial que entende e define um padrão de comportamento. Para ilustrar, o documentário retrata um dos personagens como boneco de vudu e apresenta a base e os principais objetivos das empresas, que são engajamento, crescimento e publicidade.


Com base nas interações e na retenção de tempo, o chamado algoritmo trabalha para fazer esses números sempre aumentarem. É por isso que costumamos sempre ver os conteúdos dos mesmos perfis e que, ao pesquisar sobre algum assunto, vemos anúncios nas mídias sociais sobre aquele produto ou serviço.


Dilema das Redes se aprofunda nesses pontos e coloca que a tecnologia persuasiva busca uma mudança de comportamento. É por isso que cada vez mais especialistas estudam psicologia e neurociência para entender como nossa mente funciona e aplicar isso às mídias sociais.

"Você está sendo programado em um nível mais profundo. E você nem percebe"

Embora não se trata de informações novas para profissionais da área e da comunicação, o documentário mostra o quanto estamos de fato vendendo nosso tempo e atenção, com empresas lucrando em cima disso. Um dos entrevistados conta que se sente um rato de laboratório e que todos somos. Logo depois, é colocado uma frase que me chamou bastante atenção ao falar que apenas duas indústrias chamam os consumidores de usuários: as das drogas e as de software.


Aprovação social


Outro ponto abordado é a necessidade de aprovação nas mídias sociais, um assunto já bastante discutido desde a popularização das fotos e lifestyle.


Para trazer esse debate, é mostrado uma personagem feminina adolescente em duas situações: ela posta uma foto, que recebe poucas curtidas e nenhum comentários; em seguida, ela apaga, tira outra foto, a qual ela edita bastante, e ao postar, recebe vários comentários quase que imediatamente, o que a deixa mais feliz. Ainda assim, a personagem recebe um comentário negativo sobre seu rosto, o que a faz se sentir mal.


Isso é uma situação muito comum e que gera bastante identificação. Muitas vezes nossos comportamentos em relação ao que postamos refletem diretamente na nossa autoestima.


Manipulação e como opiniões são influenciadas


O documentário aponta que nossa localização e interesses de tudo o que pesquisamos se torna aquilo que iremos encontrar nas buscas na internet. É relatado que uma pesquisa de diferentes pessoas usando as mesma palavras irá aparecer sites e fotos completamente diferentes para cada um; e isso se relaciona diretamente com o acesso à informação e à formação de opiniões sobre quaisquer assuntos.


Isso não mais é do que os dados coletados, o que leva a uma polarização de grupos com visões muito diferentes sobre os mesmos assuntos. Para as empresas, isso é lucrativo, pois faz as pessoas se manterem mais tempo conectadas; para as pessoas, isso acaba formando grupos que não estão dispostos a conversar.


Outros temas são abordados, como a fake news, a pandemia da covid-19 e, inclusive, como as mídias sociais influenciam as eleições.


O futuro das redes sociais


Quando os entrevistados são perguntados sobre os preocupam em relação às mídias sociais no futuro, eles comentam: guerra civil, a civilização pautada na ignorância, destruição da democracia e a economia global. Um deles aponta que a sociedade de forma geral enxerga mais valor em uma árvore cortada e uma baleia morta; hoje, nesse modelo que vivemos, é como se todas as pessoas fossem árvores e baleias que vendem seu tempo e atenção.


As próprias pessoas envolvidas não permitem que seus filhos usem redes sociais e passem tempo na frente das telas.


É possível fugir?


Uma pesquisa mostrou que três semanas após o lançamento do filme, as buscas por "desativar/excluir facebook" cresceram 250% no Google. Embora o cenário seja bastante delicado e difícil, acredito que o único meio de não participar disso seja não estar conectado. Afinal, não são apenas as mídias sociais que coletam nossos dados, mas o acesso à internet de forma geral, incluindo nossa localização, notícias acessadas, pesquisas nos mecanismos de buscas.

 

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